quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

‘Encante-se!’ – por Ana Echevenguá





Outono. Oito horas da manhã de sábado. Caminhava na praia, incomodada com as nuvens escuras que – sem aviso prévio - trocaram os raios de sol pela chuva. 

Chuva fina, morna; mas era chuva... e eu não gosto muito de chuva na praia. Gosto de sol, céu sem nuvens, temperatura agradável...
Lembrei que os jornais falaram de sol no final de semana. E, mais uma vez, previsão errada!

Entre os banhistas que caminhavam na beira do mar, vi um senhor empurrando uma cadeira de rodas na qual estava um jovem sorridente. Ou filho ou neto? Não sei. Pararam e o senhor ajudou o menino a sair da cadeira e dar alguns passos... caminharam uns dez metros juntos. Pararam. E retornaram à cadeira de rodas.

Apesar da dificuldade de locomoção, o jovem mantinha o sorriso no rosto; e parecia maravilhado pelo contato dos pés no chão. Era sorriso de festa!

Não consegui segurar o choro diante dessa cena tão comovente. Lembrei-me de um texto de Marcia de Luca - “Um mundo encantado”1 - onde ela começa dizendo que “enxergar os pequenos milagres do cotidiano é gerar saúde e felicidade”. E dá uma dica preciosa: 

“No seu cotidiano, comece a prestar atenção nos detalhes maravilhosos à sua volta. E encante-se. Ao escolher se encantar, você começa aos poucos a mudar sua postura perante a vida. Imediatamente, tudo se transforma ao seu redor, tudo se suaviza. E fica mais fácil viver!”

Aqueles dois homens na praia, felizes e solidários, eram motivo de encantamento.

A chuva fina que nos molhava também.

O fato de eu poder ir e vir – sozinha - com meus próprios pés, mais ainda!  

Estamos em constante aprendizado... E, talvez, a lição que extraí desse episódio seja útil a você. 

Experimente encantar-se. Segundo Marcia De Luca, “você gravará em suas células o hábito do encantamento e da felicidade, até que ele se torne natural e espontâneo. Seu corpo agradece pela saúde que você gera em si mesmo.” -  Revista Gol, fevereiro/2011.


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