quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Caminhando na chuva, por Ana Echevenguá






Uma chuva fina brincava – naquela manhã de sexta-feira – sobre os guarda-chuvas coloridos. 

Antonia estava atrasada para seus compromissos. Passos rápidos, vã tentativa de recuperar o tempo perdido. 

Na esquina, viu uma senhora esguia, idosa, com longos cabelos brancos... caminhando sem pressa... um vestido rosa florido, delicadamente escondido sob um casaco de lã. Sorriso alegre, cativante, contrastando com o cinzento do dia. 

Cumprimentaram-se cordialmente, na intersecção de suas trajetórias. Antonia repassou o ‘bom dia’ que costuma dividir com os caminhantes que encontra em seu caminho. E, que, na maior parte das vezes, sequer é ouvido. 

Surpresa, ouviu a bela senhora esguia dizer: 

- “Viva as mulheres trabalhadoras! A gente reconhece uma de longe!”

O cenário e as palavras amáveis reportaram Antonia à bela mensagem ‘Caminhantes’ de Saint Exupery: “... Cada um que passa em nossa vida, Leva um pouco de nós mesmos, E nos deixa um pouco de si...”.

Reconcilia-te com teu irmão, por Ruth Costa




Jesus nos ensinou: “não julgueis a fim de que não sejais julgados, aquele que estiver sem pecado, lhe atire a primeira pedra”.

Entenderam a mensagem? Só atire a primeira pedra se não tiver pecados. Por isso, não devemos julgar os nossos semelhantes, nem censurá-los. Antes disso, devemos olhar para dentro de nós mesmos. Ou alguém aqui é tão puro que se ache superior aos demais?

Mas, o que é pecado?

É toda e qualquer atitude que contrarie as leis de Deus.

Todos nos temos más tendências, defeitos a corrigir... temos um fardo a carregar. Para alguns, mais pesado; para outros, mais leve. Estamos vivendo esta encarnação para melhorarmos. Este deve ser o nosso propósito. 

Sendo assim, quando vamos olhar para nós mesmos e parar de julgar nosso semelhante, apontando o dedo para suas atitudes?

Devemos, sim, olhar para nossos sentimentos, pensamentos e atitudes. Muitas vezes, achamo-nos superiores aos demais, somos orgulhosos... Se não nos modificarmos, atrairemos para nós  o peso da Justiça Divina. 

O verdadeiro caráter da caridade é a modéstia e a humildade. Devemos deixar as criticas de lado, parar de supervalorizar os defeitos dos outros. E focarmos em suas qualidades, embora ninguém seja 100% bonzinho. Há, em todos, aspectos perversos e bons. A bondade e a generosidade é exercício constante e árduo de cada dia.

 O esquecimento das ofensas é próprio de almas elevadas; o rancor é sempre um sinal de inferioridade.

Infelizmente, ainda guardamos mágoas, traumas, dores, ofensas. Mas, aos poucos, através dos ensinamentos do Cristo vamos conseguir galgar o aprimoramento moral e espiritual. 

Quando Jesus diz: “vai e te reconcilia com teu adversário”, ele sugere que devemos esquecer as ofensas,  chegar ao altar de coração limpo para oferecer amor e solidariedade aos nossos irmãos. 



Porém, é preciso urgência porque a morte do corpo, o espirito continua tendo as mesmas sensações. Por isso, devemos nos limpar destas tristezas agora, e seguir a vida com leveza. 

Muitas vezes, a pessoa que nos agride, ofende, magoa, traz pra nossa vida o mal. Mas, é preciso entender que essa pessoa é tão miserável, tão digna de pena, que o mínimo que podemos lhe dar é o nosso perdão!

O perdão lhe torna misericordioso! Com doçura e sabedoria, você  consegue esquecer a ofensa e seguir adiante, tendo misericórdia daquele que lhe tenha ofendido. Porque aquele que não perdoar, não será perdoado por Deus. E ninguém quer isso!  

E se você não conseguir sozinho se limpar destas energias negativas, busque ajuda nas Casas Espiritas. E se perdoe também. 

Afinal, somos todos UM neste Universo. Busquemos viver em paz e levar esta paz aos que estão conosco.



Ruth Costa, palestrante espírita, massoterapeuta, mestre Reiki, terapeuta Xamã, apometrista, thetahealing, benzedeira, artesã, tecnóloga em panificação em alimentação funcional.

Um Dia Nacional para o Perdão, por Ana Echevenguá






 “Examinei primeiro os homens, e achei que, nesta infinita diversidade de leis e de costumes, eles não eram conduzidos somente por suas fantasias.” Montesquieu


Uma boa notícia: a Lei 13.437/2017 instituiu em nosso calendário o ‘Dia Nacional do Perdão’[i]. 30 de agosto. Não será feriado; mas uma oportunidade para reflexão a respeito do tema.

Por favor, não pensem que se trata de absurdo ou desvio de finalidade utilizar a máquina governamental ou a Administração Pública para elaborar regras como essa! A paz é o estado original do ser humano em seu aspecto real. Incentivar a busca dessa natureza verdadeira não é tarefa limitada às filosofias ou religiões. Deve ser a prioridade dos governos no estabelecimento de políticas públicas nas áreas da educação, da saúde, do esporte, da cultura e do lazer”.[ii] Este trecho, extraído da Justificativa do Projeto de Lei, demonstra claramente que o objetivo primordial da norma em apreço é promover uma reflexão crítica acerca de um grave problema social que aflige a nossa sociedade: a violência.

“O acúmulo frequente de problemas sociais desencadeia uma série de atos violentos (verbais e não-verbais) nos mais diversos patamares. Isso faz com que a população esteja mais propensa à intolerância, à impaciência, à revolta e a outros males que acabam por fomentar um estado de violência. A retenção de mágoas, rancores e desesperanças é particularmente perigosa para o bem-estar coletivo. O caminho para superar essas situações é incentivar e cultivar o exercício e a prática do perdão”.

Ou seja, trata-se de Lei com aspecto preventivo porque o ato de perdoar afasta o sentimento de vingança e, consequentemente, inibe a geração de mais violência. Torna-se, então, uma poderosa arma de prevenção a esse mal”. ii

Um dos filhos da autora do Projeto de Lei – deputada federal Keiko Ota - foi vítima de sequestro e homicídio. Ainda assim, sentiu-se impulsionada a criar uma lei que trate do perdão porque entende que este  é um mecanismo que proporciona a quem foi prejudicado (a) a sensação de paz. Ao assumir essa responsabilidade, a pessoa se sente e se torna sujeito de sua própria história, e não mais uma vítima da situação”. 

“Com a instituição do “Dia Nacional do Perdão”, a ser celebrado anualmente na data de 30 de agosto, queremos propor uma reflexão da sociedade brasileira a respeito desse importante tema, além de ressaltar a luta dos diversos movimentos sociais e familiares por justiça como é o caso da União em Defesa das Vítimas de Violência. Como exemplo, lembro a memória de meu filho Ives Ota, sequestrado e assassinado brutalmente aos oito anos. Eu e o meu marido, Masataka Ota, perdoamos aqueles que causaram esse mal à minha família”. ii

 Vamos espalhar essa boa nova, assimilando o Espírito da Lei em comento, que é nobilíssimo!  Talvez seja este o primeiro passo de uma longa caminhada que fará do perdão algo corriqueiro em nossas vidas!

Lembrando alguns versos de Cecilia Meireles, em seu poema ‘Nem tudo é fácil’, no qual ela lança vários questionamentos. Dentre estes: “É difícil pedir perdão? Mas quem disse que é fácil ser perdoado? Se alguém errou com você, perdoa-o... É difícil perdoar? Mas quem disse que é fácil se arrepender?

Questiona e, sabiamente, conclui de uma forma simples, otimista  e amorosa:Nem tudo é fácil na vida... Mas, com certeza, nada é impossível. Precisamos acreditar, ter fé e lutar
para que não apenas sonhemos, mas também tornemos todos esses desejos, realidade!!!”

Perdoar exige grande esforço pessoal. Mas, se tivermos boa vontade, se estivermos movidos pelo ímpeto de mudanças positivas em nossa vida, o caminho terá mais flores do que pedras... 

Perdoar, acima de tudo, é uma prova de amor a nós mesmos, que estamos em constante processo de evolução! É compreender que as faltas daqueles que não se afinam conosco poderiam ter sido nossas e imaginar quão felizes nos sentiríamos se tivéssemos, porventura, os nossos erros desculpados e esquecidos por aqueles aos quais tenhamos ofendido." [iii]




[i] http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/DIREITOS-HUMANOS/483901-CAMARA-APROVA-O-DIA-NACIONAL-DO-PERDAO.html?utm_campaign=boletim&utm_source=agencia&utm_medium=email.
[ii] http://www.camara.gov.br/sileg/integras/953285.pdf
[iii] Emmanuel, do livro Monte Acima, psicografado por Francisco Cândido Xavier.

Magias do Entorno, por Ana Echevenguá




Olhando pela janela,
Vejo um pedaço de céu sem nuvens no azul,
Cenário de um dia frio e ensolarado...

Mas, grata surpresa!,
Meus olhos se deparam com bolinhas de sabão...
Alegres, coloridas, pueris,
Pequenos arco-íris voejantes
Enfeitando o cenário...



Felizes os que ainda se sensibilizam
Com as magias constantes do entorno!