domingo, 10 de maio de 2015

Um Dia Nacional para o Perdão, por Ana Echevenguá







“Examinei primeiro os homens, e achei que, nesta infinita diversidade de leis e de costumes, eles não eram conduzidos somente por suas fantasias.” Montesquieu





Uma boa notícia: tramita na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 6128/13 que pretende instituir em nosso calendário o ‘Dia Nacional do Perdão’*. 30 de agosto. Não será feriado; mas uma oportunidade para reflexão a respeito do tema.



Por favor, não pensem que se trata de absurdo ou desvio de finalidade utilizar a máquina governamental para elaborar regras como essa! A paz é o estado original do ser humano em seu aspecto real. Incentivar a busca dessa natureza verdadeira não é tarefa limitada às filosofias ou religiões. Deve ser a prioridade dos governos no estabelecimento de políticas públicas nas áreas da educação, da saúde, do esporte, da cultura e do lazer”**. Este trecho, extraído da Justificativa do Projeto de Lei, demonstra claramente que o objetivo primordial da norma em apreço é promover uma reflexão crítica acerca de um grave problema social que aflige a nossa sociedade. Refiro-me à violência.



“O acúmulo frequente de problemas sociais desencadeia uma série de atos violentos (verbais e não-verbais) nos mais diversos patamares. Isso faz com que a população esteja mais propensa à intolerância, à impaciência, à revolta e a outros males que acabam por fomentar um estado de violência. A retenção de mágoas, rancores e desesperanças é particularmente perigosa para o bem-estar coletivo. O caminho para superar essas situações é incentivar e cultivar o exercício e a prática do perdão”**.



Ou seja, trata-se de um Projeto de Lei com aspecto preventivo porque o ato de perdoar afasta o sentimento de vingança e, consequentemente, inibe a geração de mais violência. Torna-se, então, uma poderosa arma de prevenção a esse mal”**.



Um dos filhos da autora do Projeto de Lei – deputada federal Keiko Ota - foi vítima de sequestro e homicídio. Ainda assim, sentiu-se impulsionada a criar uma lei que trate do perdão porque entende que este  é um mecanismo que proporciona a quem foi prejudicado (a) a sensação de paz. Ao assumir essa responsabilidade, a pessoa se sente e se torna sujeito de sua própria história, e não mais uma vítima da situação”*. 



“Com a instituição do “Dia Nacional do Perdão”, a ser celebrado anualmente na data de 30 de agosto, queremos propor uma reflexão da sociedade brasileira a respeito desse importante tema, além de ressaltar a luta dos diversos movimentos sociais e familiares por justiça como é o caso da União em Defesa das Vítimas de Violência. Como exemplo, lembro a memória de meu filho Ives Ota, sequestrado e assassinado brutalmente aos oito anos. Eu e o meu marido, Masataka Ota, perdoamos aqueles que causaram esse mal à minha família”**.  



Enquanto escrevia, lembrei-me de alguns versos de Cecilia Meireles. Em seu poema ‘Nem tudo é fácil’, ela lança vários questionamentos. Dentre estes: “É difícil pedir perdão? Mas quem disse que é fácil ser perdoado? Se alguém errou com você, perdoa-o... É difícil perdoar? Mas quem disse que é fácil se arrepender?”



Questiona e, sabiamente, conclui de uma forma simples, otimista  e amorosa:Nem tudo é fácil na vida... Mas, com certeza, nada é impossível. Precisamos acreditar, ter fé e lutar  para que não apenas sonhemos, mas também tornemos todos esses desejos, realidade!!!”



Óbvio que perdoar exige grande esforço pessoal. Mas, se tivermos boa vontade, se estivermos movidos pelo ímpeto de mudanças positivas em nossa vida, o caminho terá mais flores do que pedras... 



Joanna de Angelis, no livro Vida Feliz, sintetiza a tarefa de perdoar com a seguinte orientação: Deixa no chão do esquecimento a ofensa que te dirigem e segue na direção do amor que te aguarda”.



Perdoar, acima de tudo, é uma prova de amor a nós mesmos, que estamos em constante processo de evolução! É compreender que as faltas daqueles que não se afinam conosco poderiam ter sido nossas e imaginar quão felizes nos sentiríamos se tivéssemos, porventura, os nossos erros desculpados e esquecidos por aqueles aos quais tenhamos ofendido." ***



Vamos espalhar essa boa nova, assimilando o Espírito da Lei em comento, que é nobilíssimo!  Vamos recebê-la de braços abertos, quando promulgada. Talvez seja este o primeiro passo de uma longa caminhada que fará do perdão algo corriqueiro em nossas vidas!







* - http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/DIREITOS-HUMANOS/483901-CAMARA-APROVA-O-DIA-NACIONAL-DO-PERDAO.html?utm_campaign=boletim&utm_source=agencia&utm_medium=email.


** - http://www.camara.gov.br/sileg/integras/953285.pdf


*** - Emmanuel, do livro Monte Acima, psicografado por Francisco Cândido Xavier.

O jeitinho elogiável da equipe Gol, por Ana Echevenguá




Tenho usado constantemente os serviços da empresa Gol Linhas Aéreas. E me impressiona e emociona o tratamento que sua equipe de trabalho oferece ao cliente. Gentileza, solidariedade e presteza no atendimento facilitam a nossa tramitação nos aeroportos e aeronaves.

Talvez a maior parte dos consumidores de serviços aeroportuários desconheça o que ocorre nos bastidores desses ambientes. De um lado, a pressão da empregadora para o encerramento dos voos na hora aprazada; pressão para atingimento de metas estipuladas pelas empresas; pressão para carregar e acomodar as bagagens nas aeronaves, contando com baixo número de trabalhadores; pressão oriunda da contenção de despesas ou de custos (remuneração baixa, jornada laboral estressante, quadro de empregados reduzido)... de outro lado, a pressão de alguns clientes que não entendem as regras do jogo, que exigem o embarque de bagagem fora dos padrões estipulados, que não respeitam os horários previamente agendados, que não suportam espera em filas gigantescas que – na maior parte das vezes – não é originada pelo atendente que está prestando o serviço naquele momento...

Ainda assim, quando você está na frente de um trabalhador Gol, este mostra um cativante sorriso no rosto e lhe presta um atendimento exemplar e condigno. Demonstra, invariavelmente, diplomacia e paciência. Ao vestir seu uniforme, parece esquecer de seus problemas pessoais ou de  quão estressante e árdua é a sua tarefa de conduzir diariamente milhares de seres humanos – e suas malas e bagagens -, através dos céus do Planeta, aos destinos que elegeram.

Em Florianópolis, especialmente, a equipe de trabalhadores é elogiável. Um grupo pequeno e coeso carrega nos ombros o compromisso de oferecer um atendimento diferenciado ao Cliente Gol. Wellington, Ana Luiza e Renata são alguns que vieram à mente agora. Desculpem os demais, esqueci os nomes embora sempre leia os crachás para identificar as pessoas com quem contato. Mas, no geral, todos são dignos de elogios.

Outro bom exemplo: a equipe atuante em Fortaleza. Para os voos da madrugada, trabalhadores ensolarados e amáveis... após o atendimento, fico com a sensação de que tomei água de coco à beira do mar.
Tudo isso confirma que o Brasil é um divino lugar com divinas pessoas que  carregam dentro de si, cotidianamente, solidariedade e  gentileza. E – de forma abnegada e alegre – contagiam quem está apto a ser contagiado, gerando uma corrente positiva de energia salutar.

Parabéns às equipes Gol dos vários cantos do mundo! E um agradecimento sincero aos que – esquecendo as dores pessoais e os problemas que possa existir no ambiente laboral – dispensam um tratamento humanizado e solícito ao público consumidor.