sábado, 27 de agosto de 2011

A bebida alcoólica - quem nos viciou e vicia os nossos filhos?




por Mauro Kwitko - maurokwitko@yahoo.com.br

O consumo de álcool é um hábito antigo que, um dia, vai desaparecer da face da Terra. E aí a bebida alcoólica receberá o mesmo status das drogas hoje consideradas ilícitas, será ilegal. Todas as bebidas alcoólicas, o vinho, a cerveja, o whisky, a vodka, a cachaça, e todas as outras bebidas alcoólicas só tem um objetivo: embebedar as pessoas.

O álcool é a porta inicial para o uso das drogas chamadas ilícitas, junto com o cigarro. Depois dela e do cigarro, geralmente vem a maconha, depois a cocaína, e por aí vai. Todos nós fomos e somos criados em uma sociedade em que o seu uso é além de permitido, incentivado e estimulado. Alguém recorda alguma festa em sua casa, desde que era criança, em que não havia bebida alcoólica? E hoje em dia, isso não continua? Nós fomos habituados a acreditar que o uso da bebida alcoólica é algo normal e fazemos o mesmo com nossos filhos e netos; ou seja, venderam-nos essa idéia e nós continuamos repassando-a. Agregando isso ao incentivo maciço da mídia para o uso de bebida, nós crescemos sendo viciados e vamos viciando as novas gerações.

As manobras de divulgação e venda utilizadas pelo marketing, cuidadosamente planejadas, são baseadas no conhecimento de que quanto mais precoce é o consumo entre os jovens, maior é a possibilidade de cativá-los, por isso a publicidade é feita prioritariamente sobre os pré-adolescentes, os adolescentes e os adultos jovens, associando o ato de beber ao sucesso nos esportes, nas conquistas afetivas e no progresso financeiro, quando o que ocorre é o oposto, ou seja, quem bebe vai mal nos esportes, mal na vida afetiva, mal nos estudos e mal na vida profissional.

Como os fabricantes de bebida alcoólica e as agências de publicidade conseguem convencer uma grande parcela de jovens e adultos de que beber faz bem e traz sucesso, é algo difícil de entender. Apesar do desconhecimento por parte da maioria das pessoas, o álcool é uma droga psicotrópica, pois atua no sistema nervoso central, provocando uma mudança no comportamento de quem o consome, além de ter um grande potencial para desenvolver dependência. O álcool é a única droga psicotrópica que tem seu consumo admitido e incentivado pela sociedade. Esse é um dos motivos pelo qual ele é encarado de forma diferenciada quando comparado com as demais drogas. Apesar de sua ampla aceitação social, que considera "beber moderadamente" como algo normal, o consumo freqüente de bebidas alcoólicas é um grave problema.

Alcoolismo não é apenas viver bêbado, é beber todos os dias, mesmo que seja apenas uma cervejinha, uma taça de vinho, uma dose de whisky, uma caipirinha, etc. O ato de beber todos os dias caracteriza o vicio no álcool. No Brasil, o consumo regular de bebida alcoólica inicia comumente a partir dos 14 anos de idade, causado pelo exemplo dos próprios pais e familiares, bebedores diários ou freqüentes em casa e em todas as festas. As nossas crianças são expostas desde a mais tenra idade a esse exemplo, e além disso, sendo estimuladas ao consumo através das rádios e das televisões.

A propaganda da cerveja no Brasil é extremamente agressiva, endereçada prioritariamente às crianças e aos adolescentes, visando viciá-las o mais cedo possível. Se com isso forem mal no colégio, se ficarem doentes, se sofrerem acidentes, se destruírem suas famílias, isso não importa, o que importa é ganhar dinheiro, festejar o aumento do consumo, abrir novas fábricas sempre com a presença da imprensa comemorando aquele evento e de muitos políticos discursando e aparecendo nos jornais e nas televisões sorridentes por esse grande avanço do "progresso social". Afinal, são mais empregos, mais impostos, mas a que custo? Doença, acidentes, mortes. Mas isso não importa, o que importa é ganhar dinheiro.

Os adolescentes que bebem com alguma freqüência, geralmente têm pai, mãe e familiares que também ingerem álcool com alguma ou bastante freqüência. O consumo inicia vendo-os bebendo nas festas, porque fomos criados em uma sociedade que não consegue imaginar uma festa sem bebida, em casa à noite "para agüentar o tranco", nos finais de semana "para relaxar", para "comemorar" uma conquista profissional ou financeira, para "festejar a vitória do seu time" ou para "esquecer a derrota", para "brindar" nos aniversários, no Natal, no Ano Novo, enfim, qualquer festa ou acontecimento é sempre associado ao ato de beber. E quando um jovem torna-se viciado em bebida alcoólica, pelo mau exemplo dos adultos e por ação da propaganda nas rádios, nas televisões, nos jornais, simplesmente está reproduzindo com a veemência dessa faixa etária, o mesmo comportamento de sua família e de quase todas as famílias, o que aprendeu desde criança vendo em sua casa e nas festas, o que lhe ensinaram e continuam lhe ensinando, o que lhe dizem seus ídolos do esporte, sempre sorrindo, sempre vencedores, com um copo ou uma latinha na mão, o que enxerga nos outdoors nos campos de futebol, nos carros de corrida.

Enfim, nós viciamos os nossos filhos ou permitimos que os fabricantes de bebida alcoólica e algumas agências de publicidade o façam, com o beneplácito dos nossos governos, e depois os levamos aos psicoterapeutas para curar seu vício, criado, incentivado e permitido por nós mesmos, pela nossa irresponsabilidade e omissão. A mensagem que incutimos neles, desde crianças, e que alguns meios de comunicação se encarregam com extrema competência de confirmar, baseado no interesse de vender e ganhar dinheiro, é de que temos de relaxar com algo, temos de nos ativar com algo, temos de comemorar as vitórias com algo e esquecer com algo as derrotas, preparando o campo propício para, simplesmente, o jovem, curioso, um dia mudar o objeto do consumo e passar, então, para as chamadas drogas: a cannabis, a cocaína, o crack e outras coisas.

Mas quem viciou ou permitiu que viciassem os nossos jovens? Nós viciamos os nossos filhos nas drogas lícitas e depois infernizamos a nossa vida e muitas vezes acabamos com a vida deles, quando, simplesmente, agregam um "i" e passam a consumir as drogas ilícitas. A única diferença é um "i".

As falácias do “Emagreça Já”


Ana Echevenguá

Todo dia, abro minha caixinha de correspondência e sou obrigada a deletar, bloquear, mandar pras alturas várias mensagens inconvenientes, desagradáveis e mentirosas... ‘aumente seu pênis’, ‘tenha orgasmos múltiplos’, ‘viagens e planos de saúde por R$1,99’... Isso é ou não é propaganda enganosa?
E, ultimamente, cresceu o número de mensagens sobre as falácias emagrecedoras. Vejam algumas das tantas pérolas:
"Chá de Folha de Oliveira ajuda a perder 6kg por mês!"
“Perca 4KG a cada 11 dias”
“Perca 20 quilos por mês comendo semente de abóbora”
“Perdi 10 quilos em uma semana comendo macarrão”
“Obesidade - EMAGREÇA SEM DIETA”

Haja paciência! Espero que o CONAR – da mesma forma que restringiu a propaganda enganosa de “empresas 'verdes'' -, coibindo a banalização da sustentabilizadade, passe a cuidar desse tema tão importante.

Claro que deve haver leitor-consumidor - obeso e desesperado - caindo na estória. Mente insana em corpo insano. “O processo de engorda - segundo o médico Américo Marques Canhoto - está de forma sombria inserido no DNA cultural da maioria dos povos”*.

O excesso (ou sobrepeso, como trata a medicina) e a obesidade são epidemia no Brasil, segundo pesquisa do IBGE -  Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. O sobrepeso atinge:

-  mais de 30% das crianças entre 5 e 9 anos de idade,
- cerca de 20% da população entre 10 e 19 anos e
- 48% das mulheres e 50,1% dos homens acima de 20 anos.

Não sei se o bolso influi na obesidade. Mas, entre os 20% mais ricos, o excesso de peso chega a 61,8% na população de mais de 20 anos. E aí se concentra o maior percentual de obesos: 17%.

O problema é mundial. Nos Estados Unidos e China, a obesidade é caso de saúde pública. Segundo a Organização Mundial de Saúde, em 2010, nos EUA, mais de 74% das pessoas com 15 anos ou mais são classificadas como acima do peso. E, na China, 38,5% da população de 15 anos ou mais estava acima do peso. Embora os números sejam menores, a expansão da taxa de obesidade dentre a população chinesa é gritante. Logo, logo, terá tantos obesos quanto os EUA.  

Estranho é que essa epidemia ocorre justamente na Era da Cultura do Corpo. Onde está o fato gerador disso? Na falta de informação? Na desinformação desenfreada?

Interessante o raciocínio de Nara Rejane Oliveira, Mestre em Educação Física pela UNICAMP e Doutoranda em Educação pela USP, em seu ensaio “Cultura do corpo na pós-modernidade: reflexões para a Educação Física”. Ela diz que O mais contraditório é que em nome da qualidade de vida e da saúde, tão divulgadas pela medicina atual, as pessoas parecem vivenciar uma nova patologia na modernidade tardia, se submetendo a rigorosos tratamentos e intervenções sobre o corpo, muitas vezes agredindo o próprio organismo. Não é à toa que anorexia, bulimia, dentre outras, figuram como doenças típicas da atualidade, assolando principalmente pessoas mais jovens. “Parecer” bonito, saudável, adepto a uma (pseudo) qualidade de vida é o que importa. A essência do corpo, ou o próprio ser (GIL, 1997), parece não importar tanto”**.

Acho que, em nome desse “parecer bonito e saudável”, podemos pensar em saúde, em comer comida saudável, em praticar exercícios saudáveis, em cultuar nosso corpo da forma mais correta e saudável possível...

Enfim, acho que devemos, mais do que nunca, usarmos todos os nossos conhecimentos adquiridos e adotarmos hábitos que nos garantam – de verdade - a sadia qualidade de vida.

Vamos cuidar da essência do nosso corpo. Mesmo que isso represente o sacrifício de fechar a boca para algumas guloseimas. E os ouvidos para as mentiras dos marqueteiros de plantão.

* - http://mulherespirita.blogspot.com/2011/08/forum-rio-20-emagrecer-e-um-ato-de.html

** - http://www.efdeportes.com/efd119/cultura-do-corpo-na-pos-modernidade.htm

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Forum Rio + 20 – Emagrecer é um ato de contracultura

Américo Canhoto, médico

O processo de engorda está de forma sombria inserido no DNA cultural da maioria dos povos. Afrontar isso, especialmente na infância, pode ser até perigoso. Pode custar injeções, remédios vitaminados de gosto horrível; chantagens afetivas e emocionais muito destrutivas a longo prazo; perda de mordomias e de entretenimentos...

Crianças bem gordinhas dão status de pais bem sucedidos; magrelas representam perigo para o ego exacerbado e idiota. O bom ego é o de quem sabe o que é, deseja e atua.
Depois dessa cruel lavagem cerebral (produzida por gente obsessora que diz nos amar), adultos magros são pessoas top; de sucesso; melhor amadas. Aos outros, a decepção, o sentimento de inadequação e de menos valia, angústia, depressão, pânico... e coitada da tireóide.
Nosso futuro individual e coletivo é discutível quanto aos bons resultados, pois:
1. Pensamos lento e a informação chega cada vez mais rápida; submetendo as pessoas aos apelos do consumo. E, mesmo hoje, com todo excesso de informação da luz e das sombras - feito cobaias - “entupimos” nossas crianças com proteínas lácteas e vitaminas suplementares: originando as alergias, disfunções, obesidade, Distúrbios que - antes se resolviam no estirão da puberdade - hoje, com a ajuda do estresse, boa parte dos jovens da atualidade, apresenta um modelito de corpo que parece uma beringela ou uma pêra. E jogam um game chamado “A guerra das balanças” onde o perdedor é que está por cima... E o vencedor é o que vende artimanhas para ganhar o game: perder peso em todos os níveis da evolução humana; e não apenas em Kg.
Devíamos nos espelhar nos nossos companheiros de evolução em Gaia: os ditos animais. Embora desprezados pelos que se acham os donos do pedaço.
Mas, somos todos cobaias de ETs que ainda se arriscam a andar por aqui; e que acham a mesma coisa das nossas medíocres pessoas. Somos as cobaias deles. Mas, por opção, Eles, os inferiores (segundo nosso ponto de vista e interesses), não pressionam suas crias a tornarem-se como eles: os bichos adultos. Nem gordalhões concursados nem magrelos espoliados; apenas a respeitar sua Constituição. Nenhuma mãe hipopótamo vai querer que sua prole se transforme em surigato. A Legislação em vigor, baseada em dietas de poder e financeiras, na forma de decretos-lei e outras aberrações jurídicas, violam o princípio básico e primário da igualdade entre seres de uma mesma comunidade; propiciando a obesidade cósmica ilícita.
Embora entre nós o DNA cultural tenha mais predominância do que o DNA hereditário, de forma preguiçosa somos levados cientificamente a imaginar que somos vítimas de genes.
Tais pais tais filhos. Está mais para a transmissão de hábitos do que para uma benção ou maldição genética.
Entre nós; a pressão emocional (verbalizada ou não), canalizada sobre a criança para que coma ou se aproprie de calorias financeiras (neurose de competição), é intensa e doentia. E, favorece ao apetite seletivo. Chega-se ao absurdo de premiar o ato fisiológico de comer.
- “Se comer tudo, eu te dou isto, se comer determinado alimento, te dou aquilo!”
– “Se você for o primeiro da classe vai ganhar um plaistencio!” (em bom brasilianês atual, transcrito nas concorrências publicas em todos os níveis de atuação da vida civil e privada (sem segundas ou terceirização de intenções).
Na vida contemporânea o estresse crônico mais a ansiedade doentia, sob a batuta das maezonas e das vovozonas, condenam algumas crianças a uma luta inglória contra a obesidade que recebeu o nome politicamente correto de ‘sobrepeso’.

A ferramenta de tortura que a sociedade usa chama-se: BALANÇA. Melhor levar essa luta com bom humor. Um amigo meu apelidou carinhosamente sua balança de banheiro de “Ferrari”: vai de zero a cem em dois segundos... Ele é FP e engordou sua conta bancária na mesma proporção.
A pior balança é a da economia. Claro que do lado financeiro. Pois, se Deus nos abastece conforme acreditam os crentes,  economizar bens materiais prá quê? Para alguns obesos na parte financeira a balança vai dos zeros aos milhões com apenas uma simples assinatura; emagrecer essa gula nem ONGs e outras dietas podem ajudar a emagrecer a conta obesa...

Mesmo não sendo bichos dos gélidos pólos, a cultura da engorda entre nós, seres polarizados em 3D, ainda continua. Armazenar calorias para que e para quem? Para os descendentes? – Uau! – Genial! - Isso é transcendental! – Vou legar minha gordura financeira aos meus descendentes – Mas, e se eles forem emagrecidos pela aplicação correta da justiça? – Vão criar o movimento dos obesos do serviço publico e seus afins: Gordinhos unidos jamais serão vencidos?

Somos lentos nas mudanças e continuamos “fazendo o prato” (vale para nossa vida política – “teoria do bom prato”) dos filhos, segundo o que e quanto foi ditado pela cultura e pela mídia. E não importa a idade deles, tenham três ou noventa anos. Num exercício de transcendência mental e ética, vamos levar esse raciocínio para a obesidade mórbida de poder.
Faz-se do ato de comer o cotidiano prato de arroz com feijão e mais uma mistura uma exacerbada fonte de prazer. Mesmo que inventemos desculpas e justificativas. Sabemos que, muitas das vezes em que nos alimentamos, o fazemos por outras razões que não a fome; violando algumas leis básicas da vida. Até para comer a ração do outro.
Para muitos adultos da atualidade, a criança que come pouco é rebelde. Se for magra, quase é escondida de vergonha; pois representa fracasso familiar e coletivo. E pasmem: elas servem de palco para os pseudolutadores pela igualdade social e logo se cria uma “bolsa calorias” para engordar as criancinhas menos favorecidas. O diabetes e a obesidade rotulada de forma politicamente correta como sobrepeso começa a atingir, de forma covarde e medíocre, os que se intitularam de defensores ou sobreviventes das antigas oligarquias. Os ferrados são sempre as crianças menos favorecidas. Melhor morrer de fome ou de forma precoce com sobrepeso, diabetes. Ou isso e aquilo, para enriqueer de poder os mesmos de sempre com outros rótulos.
Crianças que pensam em fazer dieta para emagrecer, ou não engordar, são consideradas rebeldes, problemáticas e vigiadas o tempo todo. Qualquer espirro é devido ao fato de comerem pouco.
Isso em pleno século 21.
Numa sociedade de normais, emagrecer é um ato de contracultura; punível com a discriminação; até com a morte. Pior, com a mais covarde de todas: a subjugação forçada pelas drogas anorexígenas.
Aí daquele que conseguir a façanha de emagrecer rápido. Os outros passam a olhá-lo de soslaio: - Coitado, deve estar com muitos problemas! Será que é câncer ou HIV?
Ou será que é ao contrário: - Nossa como aquela pessoa engordou! Deve estar com problemas! Nadando em ansiedade! Ou em dinheiro! Coitada!
Dizem que está começando a faltar comida. Mas, ao mesmo tempo, aumenta, a olhos vistos, o número de pessoas com sobrepeso. Conseguimos a multiplicação das calorias?
Ah! Não é permitido sair dos padrões! Apenas isso.
Realmente visto de fora, nosso planetinha azul é um belo hospício.

VAMOS EMAGRECER O QUÊ?

Embora duvide, usando apenas o raciocínio comum:
Espero sinceramente que o Forum Rio + 20 sirva para criar um diferencial, ao menos, na nossa consciência tupiniquim.
Que os obesos de hoje se juntem para mudar a educação e a cultura atual. Para que tenhamos pessoas não magras, mas saudáveis no futuro.

Namastê.
Fonte: http://educarparaummundonovo.blogspot.com/

Acalma as ânsias do teu coração.


CLII


O que ainda não alcançaste, está a caminho.

Não sofras de véspera, entregando-te a estados deprimentes, por ausências que certamente não fazem falta.

A carência pode proporcionar recurso de valorização das pessoas e coisas.

Quem desfruta de benefícios, com facilidade subestima o que possui.

Aprende a conviver com a escassez, a solidão, e saberás evitar a embriaguez dos sentidos, a volúpia da luxúria, a exacerbação da posse.

És o que tu realizas e não o que tens ou com quem te encontras.

Divaldo P. Franco - Vida Feliz (Joanna de Ângelis)

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Excesso de pressa prejudica 30% dos Trabalhadores Brasileiros

Cardiologista Roberto Kalil explicou efeitos ao coração de viver correndo.



Psiquiatra Luiz Vicente de Mello falou sobre outros sintomas do problema.

Ter pressa de vez em quando, para comparecer a um compromisso urgente, é normal. Mas, quando a corrida contra o relógio vira rotina, pode ser sinal de alerta.

Essa sensação de ser atropelado pelo tempo atinge 30% dos trabalhadores brasileiros. E o comportamento de estar sempre atrasado pode prejudicar o sono, a sede, a temperatura corporal, a frequência cardíaca, a pressão e até a respiração.

Para comentar o assunto, o cardiologista Roberto Kalil e o psiquiatra Luiz Vicente Figueira de Mello, do Hospital das Clínicas de São Paulo, estiveram presentes no Bem Estar desta terça-feira (23).

Eles explicaram por que a pressa deixa as pessoas mais competitivas e agressivas, inclusive no trânsito, e como relaxar em meio a essa constante luta contra as horas.

E esse não é um problema exclusivo de megalópoles como São Paulo. O repórter Renato Biazzi foi até Goiânia para ver como as pessoas lidam com a pressa e as tarefas diárias.

É possível identificar se esse comportamento está passando dos limites. Se você faz tudo correndo (come, anda, fala, dirige e dorme), faz várias coisas ao mesmo tempo, é muito impaciente (não aguenta ouvir alguém falar sem interrompê-lo, não sabe esperar ou não tolera quem vive com você), tem excesso de competitividade e de agressividade (perde o controle facilmente e parte para o ataque), cuidado: é preciso se acalmar.

Algumas dicas importantes para melhorar são: priorizar o que é realmente importante; dizer não para pedidos impossíveis; fazer pausas, meditação, orações, leituras, caminhadas e exercícios leves; e falar sobre os problemas.

Os especialistas recomendaram, ainda, fazer uma lista com as atividades indispensáveis e dividi-las ao longo do dia e da semana.

Segundo o psiquiatra, a pressa e a ansiedade podem ser uma tendência familiar e também um comportamento estimulado pelo meio em que se vive.

A longo prazo, a pressa e o estresse desorganizam o corpo, aumentam a ansiedade e podem causar problemas cardíacos ou gastrointestinais.




Fonte: G1

Lê uma pequena página...

CXII

Lê uma pequena página, cada dia, na qual encontres alento e inspiração.

Incorpora este dever aos teus hábitos.

Ela te enriquecerá de júbilo, clareando as nuvens que possam envolver-te nas horas seguintes e arrimando-te ao bem-estar, caso suceda alguma surpresa desagradável.

Todas as pessoas necessitam de um bom conselheiro e, nessa página, que extrairás do Evangelho, terás a diretriz de segurança e a palavra de sabedoria para qualquer ocorrência.

Se os homens reflexionassem um pouco mais antes de agirem, evitariam males incontáveis.

Já que outros não o fazem, realiza-o tu.

Divaldo P. Franco - Vida Feliz (Joanna de Ângelis)

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Refreia os impulsos...

XCV

Refreia os impulsos, que procedem dos instintos desgovernados, e age sob o comando da razão.

É verdade que o sentimento bom deve derreter o gelo da lógica racional, no entanto, muitas vezes, a frieza da emoção ou a sua loucura agressiva necessitam da vigilância do raciocínio.

Cérebro e coração devem atuar juntos, proporcionando as vantagens do equilíbrio e do comedimento, em favor de uma vida sadia.

Ouve com o sentimento e age com a razão, dosando bem a participação de cada um.

Divaldo P. Franco - Vida Feliz (Joanna de Ângelis)

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Os negócios escusos dão rendimentos venenosos.

CLVIII
Os negócios escusos dão rendimentos venenosos.

Muitas pessoas justificam-nos e exaltam os lucros deles advindos, informando que são frutos da época e todos devem aproveitar a ocasião.

Como a moral está desgovernada, não te deixes conduzir por ela, antes controla os abusos e excessos que te cheguem, a fim de corrigires a situação caótica.

O erro nunca deve ser tomado como exemplo.

Numa época de epidemia gripal, o estado normal de saúde não passa a ser este, somente porque a maioria das pessoas está infectada.

Divaldo P. Franco - Vida Feliz (Joanna de Ângelis)

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Gainsbourg, o filme

Ana Echevenguá: "O filme sobre a vida de Gainsbourg é muito bom. Uma das tantas obras primas com as quais os cinéfilos são contemplados de quando em quando. Assista-o. Mostra a vida de uma pessoa - desde a infância - dotada de grande talento e genialidade. Um artista sensível ao belo; um homem à frente de seu tempo. Um homem sem nenhum atrativo físico que, com seu charme, conquistou as musas de sua época. Dentre elas, Brigitte Bardot".

Cinebiografia do músico francês Serge Gainsbourg (Eric Elmosnino), que cresce em Paris na década de 1940, quando era ocupada pelos nazistas. O filme passa, ainda, pela época de sucesso (1960) até sua morte, em 1991.

O fascínio de uma folha em branco...

Assim eu acho que é a vida, quando por aqui chegamos, uma folha em branco, para que nela possamos escrever a nossa história. Óbvio que para um escritor a apresentação de uma folha em branco é muita mais instigante e fascinante que para quem não possui o dom da escrita.
Para um poeta a mesma folha em branco lhe aparece dividida em versos, que saltam aos seus olhos e à sua mente.

Em uma folha em branco, Freud o pai da psicanálise escreveu suas obras; Nietzsche a partir de uma folha em branco escreveu "Assim falou Zaratustra"; Shakespeare escreveu Otelo, Romeu e Julieta.

E para você... o que lhe parece ser uma folha em branco? Com quantas folhas em branco você já se deparou em sua vida e perdeu a chance de escrever a sua história, que possivelmente é a mais importante história que você tenha lido, ou poderá ler. Através dela, você possibilita que participem todos que acompanham sua existência.

Perceba a importância de uma folha em branco, coloque-a em frente aos seus olhos e procure imaginar as infinitas possibilidades de histórias que lhe são oferecidas, histórias de amor, de alegria, de bem querer, de sucesso, de convivência feliz, ao escrever cada parágrafo daquilo que você mais quer e ama.

Ao se deparar com uma folha em branco, da próxima vez, olhe-a profundamente e deixe que seus pensamentos fluam como água em uma bica; deixe-os verter e correr montanha, colina ou serra abaixo, deixando marcas por onde passa; procure não deixar a folha da história da sua vida em branco, pois se assim o fizer, não estará permitindo que outros façam parte da sua vida e estará interrompendo um ciclo importante aqui na Terra, que não cabe a você fazê-lo.

Procure deixar o seu legado escrito nessa folha, não importa qual seja ou o que seja, mas deixe-o... as pessoas que virão, irão querer saber quem foi você... E precisarão também decidir se você será o espelho a refletir nas histórias de suas vidas, através daquilo que deixar escrito em sua historia de vida, na sua folha em branco.

Não queira escrever em sua folha em branco somente vitórias. Isso não será possível... Ninguém aqui na Terra conseguirá viver só de vitórias, tolo é quem assim pensar; mas procure escrever e evidenciar em letras maiúsculas para que todos possam ler as suas vitórias que foram realmente importantes e como você fez para realizá-las e se ainda não as realizou; procure escrever também como irá fazer para realizá-las, isso será muito importante para que as pessoas que lhe querem bem saibam.

Procure não omitir os dias de tristeza que teve que passar, dias de dificuldades, que só você bem lá dentro no cantinho da alma sabe quais foram e muito lhe custaram, de choro e lágrimas, às vezes, sozinha no silêncio do seu quarto, mas escreva também como conseguiu enfim...
Depois de tudo, abrir a janela e deixar o sol entrar e trazer de volta ao seu olhar o brilho da felicidade e da esperança por ter aprendido, embora com a tristeza, o verdadeiro significado de viver.

Esse é o fascínio que uma folha em branco exerce sobre nós: a oportunidade de escrever a nossa história de vida...
Só não escreva nessa folha histórias que você não acredita do tipo: embasado na mentira ou na injustiça, na arrogância, no orgulho, na intolerância e com isso vir a causar sofrimento de outro ser humano.
Também não queira parecer um salvador ou contar vantagens e usar de falsa modéstia. É lógico que a folha da sua vida tudo aceitará, afinal, uma folha em branco tudo aceita para lhe fazer valer o livre-arbítrio.
Mas não se engane, em algum momento, a vida irá lhe cobrar e talvez você não possa pagar, nem com todo o ouro do mundo, aquilo de mal que fizer aos outros e também a você.

Mas creia, é fascinante ter uma folha em branco diante de nós. Óbvio que é preciso coragem para começar a escrever. Muitas vezes, você terá que apagar e começar tudo de novo.
Não fique triste... ao contrário do que dizem, a vida nos permite começar de novo, desde que seja sincero e queira de fato fazê-lo, lembra-se do rascunho?

A vida ainda lhe permite isso... antes da história final, você poderá mudar, apagar e consertar o que quiser. Tudo é possível, desde que você queira mudar.

Não dê importância, se acaso não tenha o dom da escrita, o fundamental é que você escreva... Quem ler entenderá... a importância não está na forma da escrita e, sim, no ato de escrever, em sua folha em branco, a história da sua vida e sentir o mesmo fascínio que eu sinto agora, escrevendo para você nessa minha folha em branco.

Pense nisso.

Fonte:
http://www.stum.com.br/clube/c.asp?id=27439

O medo de dar certo


O medo de dar certo 


:: Rubia A. Dantés ::

Quantas e quantas vezes vemos o que mais queremos nunca dar certo...

Já notaram como muitas pessoas que desejam ter um relacionamento feliz... uma carreira de sucesso, construir uma família... e muitos outros sonhos, não conseguem realizar justamente aquilo que mais querem?

E, algumas vezes, é nos desejos onde elas encontram mais problemas...

Elas tentam de todas as maneiras e, aparentemente, estão muito abertas para aquilo, mas só atraem situações de dor nos relacionamentos e de insucessos na carreira, dependendo de onde colocam o foco principal... E não conseguem entender por que, se têm todas as condições necessárias para serem felizes naquilo que acreditam ser o ponto mais importante da vida delas... e uma vontade enorme de dar certo.

Claro que isso pode acontecer por muitos motivos, mas um deles é o medo de dar certo e esse aparente querer pode esconder justamente o não querer de jeito nenhum... se arriscar naquele mesmo terreno de novo... e viver de novo as mesmas dores que trazemos registradas em memórias equivocadas.

Então... passamos um grande período de tempo... ou até a vida toda, nos sabotando. Preferimos viver na superficialidade das coisas, do que correr o risco de tentar de novo mergulhar por inteiro...

Somos muito sutis e sofisticados na arte da auto-sabotagem e... se no fundo queremos nos esconder e não queremos viver coisas que nos remetem a experiências de dor, uma das formas de tentarmos evitar a dor e de nem sequer descobrirmos essa parte nossa, é justamente agindo como se aquilo fosse o que a gente mais quer... seja um relacionamento, um trabalho, uma carreira... ou qualquer outro sonho...

Mas será que é isso mesmo que queremos?

Já vi casos de pessoas que colocam o principal objetivo da vida delas no relacionamento e só atraem situações onde é impossível viver o amor...

E ao escondermos esse medo de dar certo justamente sob a aparência de querer muito dar certo... nos tornamos vítimas indefesas de inúmeras pessoas e situações que sempre impedem que nossas sonhos se realizem...

Parece que sempre a culpa é do outro ou das situações, ou da vida... afinal tentamos de tudo...

Esse medo nos afasta cada vez mais da possibilidade de sermos felizes... até o dia em que decidimos ir além dos medos e das memórias equivocadas para entender que as experiências passadas, nessa e em outras vidas, nunca deveriam nos impedir de experimentar de novo e por inteiro...

Há uns poucos anos tive uma experiência muito forte com esse temor ligado ao medo de usar os Dons da intuição, que conto neste texto. Fiz e ainda faço o Ho'oponopono sempre que o percebo por perto... e os resultados são muito visíveis...

Este medo pode se manifestar em muitas áreas da nossa vida, lá onde temos memórias de dor...

Quando o identificamos e vamos fazer Ho’oponopono para limpar a causa, uma das formas de assumir 100% de responsabilidade é fazer a pergunta:

O que em mim está causando o medo de dar certo em tal situação?

A seguir pedimos à Divindade para limpar a causa desse medo e transmutá-la em pura Luz... E verbalizamos as frases de acordo com nossa intuição... Sinto muito! Me perdoe! Te Amo! Sou Grata!

Ou alguma outra que venha a ser revelada...

Tenho usado muito Eu Sou o Amor, que me veio em uma situação muito aflitiva e que se resolveu de forma maravilhosa.

Siga sempre sua intuição... mas faça alguma coisa sempre que identificar o medo de dar certo; afinal, merecemos dar certo na vida e vivê-la por inteiro, sem precisar ficar na superfície por medo dos mergulhos profundos.

Eles são arriscados, mas... só assim podemos ir além e desfrutar das maravilhas que é estar aqui e agora na Terra.

Se não for agora, até quando vamos esperar para dar certo?

Amor e Eros


O amor se expressa como sentimento que se expande, irradiando harmonia e paz, terminando por gerar plenitude e renovação íntima. Igualmente se manifesta através das necessidades de intercâmbio afetivo, no qual os indivíduos se completam, permutando hormônios que relaxam o corpo e dinamizam as fontes de inspiração da alma, impulsionando para o progresso.

Sem ele, se entibiam as esperanças e deperece o objetivo existencial do ser humano na Terra.

As grandes construções do pensamento sempre se alicerçam nas suas variadas manifestações, concitando ao engrandecimento espiritual, arrebatando pelos ideais de dignificação humana e fomentando tanto o desenvolvimento intelectual como o moral.

Valioso veículo para que se perpetue a espécie, quando no intercurso sexual, de que se faz o mais importante componente, é a força dinâmica e indispensável para que a vida se alongue, etapa-a-etapa, ditosa e plena.

Nos outros reinos — animal e vegetal — manifesta-se como instinto no primeiro e fator de sincronia no segundo, de alguma forma embriões da futura conquista da evolução.

Adorna a busca com a melodia da ternura e encanta mediante a capacidade que possui de envolvimento, sem agressão ou qualquer outro tipo de tormento.

Sob a sua inspiração as funções sexuais se enobrecem e a sexualidade se manifesta rica de valores sutis: um olhar de carinho, um toque de afetividade, um abraço de calor, um beijo de intimidade, uma carícia envolvente, uma palavra enriquecedora, um sorriso de descontração, tornando-se veículo de manifestação da sua pujança, preparando o campo para manifestações mais profundas e responsáveis.

Como é verdade que o instinto reprodutor realiza o seu mister automaticamente, quando, no entanto, o amor intervém, a sensação se ergue ao grau de emoção duradoura com todos os componentes fisiológicos, sem a selvageria da posse, do abandono e da exaustão.

A harmonia e a satisfação de ambos os parceiros constituem o equilíbrio do sentimento que se espraia e produz plenitude.

A libido, sob os seus impulsos, como força criadora, não produz tormento, não exige satisfação imediata, irradiando-se, também, como vibração envolvente, imaterial, profundamente psíquica e emocional.

Quando o sexo se impõe sem o amor, a sua passagem é rápida, frustrante, insaciável...

Por outro lado, os mitólogos definem Eros, na conceituação antiga do Olimpo grego, como sendo a divindade que representa o Amor, particularmente o de natureza física.

Eros teria nascido do caos primitivo, portanto, espontaneamente, como manifestação da vida afetiva.

A partir do século 6º antes de Cristo passou a ser representativo da Paixão, e teria tido uma origem diferente, uma gênese mais poética, comparecendo como filho de Hermes e Afrodite, ou como descendente de Cronos e Gê, ou de Zéfiro e Íris, ou ainda, de Afrodite e Marte... Foi objeto de culto particular e especial em Téspias, Esparta, Samos, Atenas, merecendo esse culto ser associado ao que se dispensava a Afrodite, Cantes, Dionísio e Hércules.

Por extensão, passou a representar o desejo sexual, a função meramente decorrente do gozo sensualista, dos prazeres e satisfações sexuais.

Posteniormente, os romanos identificaram-no como Cupido, filho de Vênus, inicialmente representado como um adolescente, enquanto na Grécia possuía a aparência de uma criança algo maliciosa, que se fazia conhecer com ou sem asas, arco e flecha nas mãos.

Foi tido como o mais poderoso dos deuses durante muito tempo.

O importante, porém, é que, em nosso conceito pessoal, o amor transcende os desejos sexuais, enquanto Eros, que pode ser portador de sentimento afetivo, caracteriza-se pelos condimentos da libido, sempre direcionada para os prazeres e satisfações imediatas da utilização do sexo.

O amor é permanente, enquanto Eros é transitório. O primeiro felicita, proporcionando alegrias duradouras; o segundo agrada e desaparece voraz, como chama crepitante que arde e gasta o combustível, logo se convertendo em cinzas que se esfriam...

Eros toma conta dos sentidos e responde pelas paixões desenfreadas, pelos conflitos da insatisfação, que levam ao crime, ao pesar, ao desespero.

Tendo, por objetivo imediato e inadiável, o atendimento dos desejos mentais do desequilíbrio sexual, é responsável pela alucinação que predomina nos grupos sociais em desalinho.

Assomando em catadupas de posse enceguecida, não confia, envenena-se pelo ciúme, transtorna-se pela insegurança, fere e magoa, derrapando em patologias sexuais devastadoras e perversões alucinantes.

O amor dulcifica e acalma, espera e confia. É enriquecedor, e, embora se expresse em desejos ardentes que se extasiam na união sexual, não consome aqueles que se lhe entregam ao abrasamento, porque se enternece e vitaliza, contribuindo para a perfeita união.

O amor utiliza-se de Eros, sem que se lhe submeta, enquanto esse raramente se unge do sentimento de pureza e serenidade que caracterizam o primeiro.

Os atuais são dias de libido desenfreada, de paixão avassaladora, de predominância dos desejos que desgovernam as mentes e aturdem os sentimentos sob o comando de Eros.

Não obstante, o amor está sendo convidado a substituir a ilusão que o sexo automatista produz, acalmando as ansiedades enquanto alça os seres humanos ao planalto das aspirações mais libertadoras.

Do livro Amor, Imbatível Amor, de Divaldo Franco.

domingo, 21 de agosto de 2011

Opinião sobre o filme Melancolia





"O filme Melancolia é cansativo. Os atores esforçam-se, a trilha sonora é maravilhosa, alguns efeitos visuais são magníficos... mas o resultado final é péssimo. Não recomendo, embora seja cinéfila. Sai do cinema com a sensação de que foi perda de tempo. E com sono!" - Ana Echevenguá.

O cineasta dinamarquês Lars von Trier foi banido do Festival de Cannes em maio, após uma desastrada coletiva na qual disse, entre outras bobagens, “entender” Adolf Hitler. O contexto das declarações não tinha relação nenhuma com seu filme, Melancolia, uma inesperada mistura de drama e ficção científica que saiu do festival com o prêmio de melhor atriz para Kirsten Dunst.

A primeira parte se passa numa única noite: a do casamento de Justine (Kirsten, excelente), realizado no clube de golfe de seu arrogante cunhado, John (Kiefer Sutherland), marido da irmã dela, Claire (Charlotte Gainsbourg). O clima de felicidade artificial, quase histérica, se dilui conforme a noiva mergulha num estado de melancolia paralisante.

“Quando tento caminhar, sinto um fio de lã, cinza e grosso, enrolado às minhas pernas”, ela confidencia à mãe, Gaby (Charlotte Rampling). Na segunda parte, uma abatida Justine volta ao local, onde sua irmã vive ansiosa em razão de Melancolia, um imenso planeta azul que está se aproximando ameaçadoramente da Terra.

Diante da iminência da catástrofe, caberá à deprimida protagonista se revelar sábia e forte para lidar com a situação.

Segundo a lógica de Lars von Trier, o caos nos reduz ao que realmente somos.

E só o fim do mundo coloca as coisas em seus devidos lugares.

MELANCOLIA (Melancholia, Dinamarca/Suécia/França/Alemanha, 2011, drama, 136 min.). De Lars von Trier, com Kirsten Dunst, Charlotte Gainsbourg, Kiefer Sutherland, Alexander Skarsgård, Charlotte Rampling e John Hurt.