segunda-feira, 20 de abril de 2020

‘Breve instante’, por Ana Echevenguá



Segundo o Dicionário Michaelis, tempo é um período ininterrupto de momentos no qual os eventos ocorrem. Horas, dias, semanas, estações do ano...

Então, nossa vida é feita de momentos fragmentados no tempo. Uma grande colcha de retalhos...

Outro dia, revi o filme Nosso Lar, baseado no livro de mesmo nome, e me surpreendeu uma passagem em que um dos Ministros falava sobre os lapsos de tempo: “Um breve instante, um instante capaz de mudar nossas existências pra sempre...”. 

Daí, fiquei pensando: Quanto tempo é necessário pra reconstruirmos o que conseguimos destruir em um instante?

Quantas vezes, movidos pela ilusão ou pela paixão, vivenciamos momentos que nos proporcionam certo prazer e que,  logo, se transformam em dor, em sofrimento?

Você deve conhecer vários exemplos desses ‘breves instantes que modificam vidas para sempre’: sexo sem proteção que implica gravidez indesejada ou DST; dirigir veículo em alta velocidade e provocar a morte de alguém; aceitar o convite pra usar droga; agredir verbal ou fisicamente e gerar o fim de relacionamentos...

Como nos ensina Joanna de Angelis, “a fantasia injustificada responde pelo choque inevitável com a realidade”.

Estou me referindo à cautela na tomada de decisões e não a medo de agir, a pessimismo exacerbado. Pensar antes de agir para evitar arrependimento posterior. Precipitação e falta de autocontrole podem gerar danos, às vezes, irreparáveis.

Roberto Carlos cantava: “Não quero seu amor por um momento e ter a vida inteira pra me arrepender...”.

Somos dotados de uma ferramenta incrível: o livre-arbítrio. Se nascemos com tarefas a executar neste mundo, em determinada quota do tempo, com data certa de retorno à Casa, devemos usá-lo de forma adequada...

Poucos sabem que o que pensamos ser erro nada mais é do que processo evolutivo das criaturas. Bem e Mal ocorrem de acordo com as necessidades dos carmas, individual e coletivo.

Lembrando de uma das máximas do neuropsiquiatra austríaco, Viktor Frankl: “Quando a circunstância é boa, devemos desfrutá-la; quando não é favorável devemos transformá-la e quando não pode ser transformada, devemos transformar a nós mesmos”.

Assim, valorize o tempo e não canalize a força potencial dos instantes para atitudes impensadas.



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