Estou em Santa Catarina. As notícias a respeito da pandemia que nos chegam dos demais estados brasileiros são tristes. Especialmente do Amazonas, encravado na Floresta Amazônica, o pulmão do mundo.
Tão absurdo morrer sem oxigênio no Pulmão do Mundo! Qual o aprendizado que devemos extrair disso?
Lembrei-me de um livro na biblioteca de meu pai: ‘A Morte ronda o fumante’. Na capa, uma caveira e um fumante envoltos na fumaça de um cigarro.
Meu pai, militar e fumante, leu este livro e continuou fumando... Eu, criança ainda, não entendia como isso era possível.
Meu pai era um homem culto. Devorador de livros, de jornais... Será que ele se julgava imune aos efeitos do cigarro, negava as verdades contidas no livro?
Não sei... Mas, talvez as pessoas que, apesar dos dados letais sobre a pandemia, se expõem deliberadamente ao contágio do coronavírus, brigam pelo fim da quarentena, pensem da mesma forma... negacionistas do inegável!
O prefeito de Manaus disse que o contágio aumentou porque a população local não respeitou a quarentena.
A quarentena é um método preventivo simples que tenta evitar os resultados da seguinte operação matemática: escassez de leito + excesso de pacientes = morte.
Ah! Vida real!
Agora, no Amazonas, além de abertura de valas comuns para os mortos, tudo o que resta a fazer é um pedido de intervenção federal na Saúde.
É horrível saber que a Saúde Pública amazonense conta com 118 leitos de UTI, que falta ventilador mecânico, médico e equipe. Com isso, os pacientes morrem no prévio atendimento (na UPA e na ambulância), por falta de vaga nos hospitais. (https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2020/04/23/interna-brasil,847395/saiba-por-que-manaus-entrou-em-rapido-colapso-com-os-casos-de-covid-19.shtml)
A situação nos demais estados não deverá ser diferente... a morte rondando a porta de casa...
Sei que não é hora de falar do descaso corriqueiro da Administração Pública para com o setor da saúde ou da conivência do eleitor que com este descaso... faz tempo que vilipendiamos nosso voto.
É hora de ter coragem e esperança. ‘Jesus está no leme deste barco’ virou meu mantra atual...
É hora também de rezar, agradecendo por estarmos ainda vivos, com saúde e capacidade de ajudar; pedindo a Deus que alivie a dor das famílias atingidas pela pandemia; e que proteja os abnegados profissionais de saúde que estão em contato direto com os enfermos, doando seu talento, suor e apoio moral...
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