Carol Strelau, Mãe de 1@ viagem.
Há uma semana estou de luto pela
perda do meu gatinho. Ele não era apenas um bichinho de estimação: era como um
filho pra mim. Devem estar se perguntando se foi o único bichinho que tive. A resposta
é não. Tive coelhos, cachorro, gatos... e este não foi o primeiro a morrer.
Bom, esse texto se trata
especificamente do Negão; o porquê do meu amor diferenciado por ele não consigo
explicar.
Eu já havia perdido outro gato do
qual eu gostava muito e havia decidido que não queria mais animais justamente
para não me apegar e sofrer com a partida deles.
Meu marido trouxe-o pra casa
ainda bebezinho, feinho, bem pretinho... mais parecia um morceguinho! Foi
tirado dos pais, pois os mesmos eram sem-teto, viviam na rua, não pertenciam à
lar algum.
Mesmo com a minha decisão de não me
apegar tanto a um animalzinho, o Negão conquistou meu coração e tratou logo de
arrumar o seu lugar na nossa casa e em nossos corações.
Durante as noites,
dormia encostado em meu pescoço ou em minha barriga para não sentir frio. E, de
vez em quando, dormia na cama da minha filha. Levávamos nosso filho bicho para
passear e tinha o tanto de amor e carinho disponível quanto precisasse.
Diariamente, me acordava subindo sob meu peito e me enchendo de carinho.
Foi castrado e mantínhamos a casa
bem fechada para que ele não fosse para rua atrás de namoradas e acabasse não
voltando por causa da maldade humana. Ainda tem gente neste Planeta que não
gosta de bicho!
Quase dois anos após a castração,
teve infecção urinária grave na qual não adiantaram medicamentos, nem cirurgias
que foram feitas a fim de lhe tirar a dor e aumentar seu tempo de vida. Na
madrugada em que o trouxemos de volta pra casa, pra continuar sendo cuidado por
nós, ele morreu. Já não bastasse a minha tristeza durante a semana de espera
pela sua melhora, quando nos deixou, levou um pedaço do meu coração junto...
Acredito que o Negão retornou da
clinica para morrer no lar que o acolheu
e o encheu de tanto amor. Não queria partir sem estar ao nosso lado neste
momento tão difícil e doloroso para todos. Proporcionou-nos uma despedida
emocionante!
Dizem que os espíritos que
habitam os animais não são tão evoluídos como os dos humanos. Neste momento, eu
acredito que animais são seres muito mais evoluídos que nós sim. São seres que
nos ensinam a amar, dividir, trocar e acrescentar...
E, por este motivo, não conseguimos diferenciá-los de nossos filhos humanos e os amamos como da mesma forma.
E, por este motivo, não conseguimos diferenciá-los de nossos filhos humanos e os amamos como da mesma forma.
Foi impossível escrever este
texto sem derramar lágrimas. Mas sei que não sou a única que já perdeu um bicho
filho... Nada mais justo e humano do que podermos compartilhar esses momentos passageiros
de tristeza.
Um texto tão bonito, bem contado, emocionante, contagiante...
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