segunda-feira, 28 de setembro de 2015

A dor de perder um filho bicho...





Carol Strelau, Mãe de 1@ viagem.

Há uma semana estou de luto pela perda do meu gatinho. Ele não era apenas um bichinho de estimação: era como um filho pra mim. Devem estar se perguntando se foi o único bichinho que tive. A resposta é não. Tive coelhos, cachorro, gatos... e este não foi o primeiro a morrer.

Bom, esse texto se trata especificamente do Negão; o porquê do meu amor diferenciado por ele não consigo explicar. 



Eu já havia perdido outro gato do qual eu gostava muito e havia decidido que não queria mais animais justamente para não me apegar e sofrer com a partida deles.
Meu marido trouxe-o pra casa ainda bebezinho, feinho, bem pretinho... mais parecia um morceguinho! Foi tirado dos pais, pois os mesmos eram sem-teto, viviam na rua, não pertenciam à lar algum.



Mesmo com a minha decisão de não me apegar tanto a um animalzinho, o Negão conquistou meu coração e tratou logo de arrumar o seu lugar na nossa casa e em nossos corações. 


Durante as noites, dormia encostado em meu pescoço ou em minha barriga para não sentir frio. E, de vez em quando, dormia na cama da minha filha. Levávamos nosso filho bicho para passear e tinha o tanto de amor e carinho disponível quanto precisasse. Diariamente, me acordava subindo sob meu peito e me enchendo de carinho.



Foi castrado e mantínhamos a casa bem fechada para que ele não fosse para rua atrás de namoradas e acabasse não voltando por causa da maldade humana. Ainda tem gente neste Planeta que não gosta de bicho!



Quase dois anos após a castração, teve infecção urinária grave na qual não adiantaram medicamentos, nem cirurgias que foram feitas a fim de lhe tirar a dor e aumentar seu tempo de vida. Na madrugada em que o trouxemos de volta pra casa, pra continuar sendo cuidado por nós, ele morreu. Já não bastasse a minha tristeza durante a semana de espera pela sua melhora, quando nos deixou, levou um pedaço do meu coração junto...



Acredito que o Negão retornou da clinica para morrer  no lar que o acolheu e o encheu de tanto amor. Não queria partir sem estar ao nosso lado neste momento tão difícil e doloroso para todos. Proporcionou-nos uma despedida emocionante!

Dizem que os espíritos que habitam os animais não são tão evoluídos como os dos humanos. Neste momento, eu acredito que animais são seres muito mais evoluídos que nós sim. São seres que nos ensinam a amar, dividir, trocar e acrescentar...


E, por este motivo, não conseguimos diferenciá-los de nossos filhos humanos e os amamos como da mesma forma.



Foi impossível escrever este texto sem derramar lágrimas. Mas sei que não sou a única que já perdeu um bicho filho... Nada mais justo e humano do que podermos compartilhar esses momentos passageiros de tristeza.




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