Ana Candida Echevenguá, cinéfila
A versão cinematográfica da
peça de teatro Mamma Mia! é a
maior bilheteria do Reino Unido. Passou à frente do Titanic que, há mais de dez
anos, ocupava o primeiro lugar dos filmes mais vistos naquelas terras. Rendeu, até meados de
dezembro, mais de 69,06 milhões de libras (75,9 milhões de euros), superando os
69,02 milhões de libras (75,8 milhões de euros) de receitas do Titanic.
Em Portugal, a distribuidora Zon-Lusomundo preparou uma versão karaoke para que os cinéfilos vejam o filme e cantem as canções do ABBA;
David
Kosse, presidente da produtora Universal Pictures International, afirmou que Mamma Mia! é espectacular
tão logo soube que a arrecadação mundial havia ultrapassado 570
milhões de dólares.
Se você ainda não viu, já sabe o que está perdendo!...
desde os primeiros minutos, o escurinho do cinema é impactado com o azul das
paisagens do Mediterrâneo: muito azul na água e no céu contrastando com a
vegetação abundante. A primeira vontade é entrar na tela, para interagir com os
atores neste cenário paradisíaco de uma ilha grega. E a vontade cresce quando
surgem na telinha Pierce Brosnan e o
maravilhoso, charmoso, encantador e quase perfeito Colin Firth. Suspiros!
O tema é leve, simplório: gira em torno da festa
casamento de um casal de adolescentes. A noiva, que cresceu sob os cuidados
maternos sem saber quem é o seu pai, descobre, através da leitura do diário da
sua mãe, que há três suspeitos dessa paternidade. E, secretamente, os convida
para o festerê.
Mas a atuação de uma Meryl Streep
bela, rejuvenescida e saltitante quase
ofusca o cenário mágico que relatei e a atuação dos demais. Ela dança, canta,
corre, salta no mar... ao lado das amigas dos tempos pretéritos que chegaram
pro casório é mais adolescente que a filha. De uma forma singular, ela mostra
os diversos papéis que cada mulher interpreta no cotidiano da vida real.
A
voz e interpretação dos componentes da banda ABBA não fez falta. Os atores
cantam a trilha sonora do filme. Afinados ou não, eles fazem seu show! Que
show!
Mamma
Mia! é uma homenagem muito azul a todas as mulheres que, movidas pelo instinto
maternal, assumem a maternidade, fazem o diabo para garantir o sustento e a
sobrevivência dos filhos. E conseguem conciliar este papel de mãe com o
exercício da atividade profissional remunerada.
Como
é bom chorar no cinema! Só quem passou por isso sabe o que é... chorei quando a
filha entende ser desnecessário saber quem é o seu pai ao reconhecer que tem
uma mãe maravilhosa.
O
filme não obedece àquela ‘receita de bolo convencional’ da indústria
cinematográfica: uma morte violenta a cada 60 segundos, sexo semi-explícito no
início, meio e fim, mocinho e bandido, a vitória do bem contra o mal... É
comédia, é musical com muita música para que a platéia descontraia e se permita
ficar alegre. Chorei de alegria; e de alegria ri mais ainda. Saí do cinema
vendo a vida azul.
Leitor,
não perca essa oportunidade. E não saia do lugar no final, quando começar a
rolagem dos créditos, como todo mundo faz. Fique sentadinho até que a grande
dama Streep interaja com você e lhe pergunte o que você está fazendo ali,
sentado ainda. E complemente a pergunta com: “quer mais??”
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