domingo, 20 de dezembro de 2015

Mamma Mia!! No escurinho do cinema a vida fica azul - artigo de Ana Echevenguá



Ana Candida Echevenguá, cinéfila



A versão cinematográfica da peça de teatro Mamma Mia! é a maior bilheteria do Reino Unido. Passou à frente do Titanic que, há mais de dez anos, ocupava o primeiro lugar dos filmes mais vistos naquelas terras. Rendeu, até meados de dezembro, mais de 69,06 milhões de libras (75,9 milhões de euros), superando os 69,02 milhões de libras (75,8 milhões de euros) de receitas do Titanic. 


Em Portugal, a distribuidora Zon-Lusomundo preparou uma versão karaoke para que os cinéfilos vejam o filme e cantem as canções do ABBA;

David Kosse, presidente da produtora Universal Pictures International,  afirmou que Mamma Mia! é espectacular tão logo soube que a arrecadação mundial havia ultrapassado 570 milhões de dólares. 

Se você ainda não viu, já sabe o que está perdendo!... desde os primeiros minutos, o escurinho do cinema é impactado com o azul das paisagens do Mediterrâneo: muito azul na água e no céu contrastando com a vegetação abundante. A primeira vontade é entrar na tela, para interagir com os atores neste cenário paradisíaco de uma ilha grega. E a vontade cresce quando surgem na telinha Pierce Brosnan e o maravilhoso, charmoso, encantador e quase perfeito Colin Firth. Suspiros! 

O tema é leve, simplório: gira em torno da festa casamento de um casal de adolescentes. A noiva, que cresceu sob os cuidados maternos sem saber quem é o seu pai, descobre, através da leitura do diário da sua mãe, que há três suspeitos dessa paternidade. E, secretamente, os convida para o festerê.

Mas a atuação de uma Meryl Streep bela, rejuvenescida e saltitante  quase ofusca o cenário mágico que relatei e a atuação dos demais. Ela dança, canta, corre, salta no mar... ao lado das amigas dos tempos pretéritos que chegaram pro casório é mais adolescente que a filha. De uma forma singular, ela mostra os diversos papéis que cada mulher interpreta no cotidiano da vida real.



A voz e interpretação dos componentes da banda ABBA não fez falta. Os atores cantam a trilha sonora do filme. Afinados ou não, eles fazem seu show! Que show!

Mamma Mia! é uma homenagem muito azul a todas as mulheres que, movidas pelo instinto maternal, assumem a maternidade, fazem o diabo para garantir o sustento e a sobrevivência dos filhos. E conseguem conciliar este papel de mãe com o exercício da atividade profissional remunerada.



Como é bom chorar no cinema! Só quem passou por isso sabe o que é... chorei quando a filha entende ser desnecessário saber quem é o seu pai ao reconhecer que tem uma mãe maravilhosa.


O filme não obedece àquela ‘receita de bolo convencional’ da indústria cinematográfica: uma morte violenta a cada 60 segundos, sexo semi-explícito no início, meio e fim, mocinho e bandido, a vitória do bem contra o mal... É comédia, é musical com muita música para que a platéia descontraia e se permita ficar alegre. Chorei de alegria; e de alegria ri mais ainda. Saí do cinema vendo a vida azul. 



Leitor, não perca essa oportunidade. E não saia do lugar no final, quando começar a rolagem dos créditos, como todo mundo faz. Fique sentadinho até que a grande dama Streep interaja com você e lhe pergunte o que você está fazendo ali, sentado ainda. E complemente a pergunta com: “quer mais??”



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