Todos querem saber o que ocorre
na Europa, no Oriente Médio, no sudeste do Brasil... Assim, acordamos ávidos
pelas novidades globais. E a Grande Mídia nos oferece – a cada dia – as mazelas
do mundo. Verídicas ou não.
Mas, existe um mundo mais
próximo de nós que cai no esquecimento. Para a Grande Mídia, os buracos da
nossa rua – que também provocam transtornos e acidentes – são menos importantes
do que as chuvas que caem nos EUA. O lixão a céu aberto que cresce na nossa
esquina não vende jornal. De igual sorte, a falta de segurança no nosso bairro.
E isso ocorre porque a grande
preocupação dos governos - atuais e pretéritos - é evitar a conscientização do
povo.
Por quê? Porque certo grau de
evolução social e política permite que os governados questionem a conduta de
seus governantes. Não interessa, a quem exerce o poder, uma sociedade
politizada; ele quer comandar uma sociedade desunida, fraca e dominada.
Vocês não percebem que isso
está acontecendo conosco no Brasil,... em Santa Catarina,... na nossa cidade?
Há uma conspiração para que sejamos
ignorantes, para que a gente saiba meias-verdades... ou mentiras
inteiras.
E esta situação dramática é
fruto da influência do dinheiro sobre os meios de comunicação que hoje
representa o quarto poder: o Poder da Mídia. Ele cria picaretas, cínicos,
safados, ladrões, presidentes da República...
Precisamos alertar e mobilizar
a sociedade a respeito desse sério problema!
Felizmente, ainda há espaço
livre para a democratização dos meios de difusão do pensamento. E precisamos
fazer uso desse espaço. Reclamando e opinando, estimularemos o espírito
crítico.
Precisamos, com urgência, de um
jornalismo comprometido com o cidadão e com a cidadania. Afinal, a “revolução hoje passa pela palavra e não
pelas metralhadoras”, frase célebre de Plínio de Arruda Sampaio.
Para tanto, não adianta brigar
com a mídia. Está na hora de valorizarmos os meios de comunicação locais.
Aqueles que informam o que acontece na esquina da nossa rua, no nosso bairro,
... E que nos concedem espaço para o exercício de cidadania.
Ana Candida Echevenguá, OAB/RS
30.723, OAB/SC 17.413, advogada e articulista, especializada em Direito
Ambiental e em Direito do Consumidor. Coordenadora do Programa Eco&Ação, no
qual desenvolve um trabalho diretamente ligado às questões socioambientais,
difundindo e defendendo os direitos do cidadão à sadia qualidade de vida e ao
meio ambiente ecologicamente equilibrado. E-mail: anaechevengua@gmail.com