“Examinei
primeiro os homens, e achei que, nesta infinita diversidade de leis e de
costumes, eles não eram conduzidos somente por suas fantasias.” Montesquieu
Uma boa notícia: a Lei 13.437/2017 instituiu
em nosso calendário o ‘Dia Nacional do
Perdão’[i].
30 de agosto. Não será feriado; mas uma oportunidade para reflexão a respeito
do tema.
Por favor, não pensem que se trata de absurdo
ou desvio de finalidade utilizar a máquina governamental ou a Administração
Pública para elaborar regras como essa! “A paz é o estado
original do ser humano em seu aspecto real. Incentivar a busca dessa natureza
verdadeira não é tarefa limitada às filosofias ou religiões. Deve ser a
prioridade dos governos no estabelecimento de políticas públicas nas áreas da
educação, da saúde, do esporte, da cultura e do lazer”.[ii] Este trecho,
extraído da Justificativa do Projeto de Lei, demonstra claramente que o
objetivo primordial da norma em apreço é promover uma reflexão crítica acerca
de um grave problema social que aflige a nossa sociedade: a violência.
“O
acúmulo frequente de problemas sociais desencadeia uma série de atos violentos
(verbais e não-verbais) nos mais diversos patamares. Isso faz com que a
população esteja mais propensa à intolerância, à impaciência, à revolta e a
outros males que acabam por fomentar um estado de violência. A retenção de
mágoas, rancores e desesperanças é particularmente perigosa para o bem-estar
coletivo. O caminho para superar essas situações é incentivar e cultivar o
exercício e a prática do perdão”.
Ou
seja, trata-se de Lei com aspecto preventivo porque “o ato de perdoar
afasta o sentimento de vingança e, consequentemente, inibe a geração de mais
violência. Torna-se, então, uma poderosa arma de prevenção a esse mal”. ii
Um dos filhos da autora do Projeto de Lei – deputada federal Keiko Ota - foi vítima
de sequestro e homicídio. Ainda assim, sentiu-se impulsionada a criar uma lei
que trate do perdão porque entende
que este “é um mecanismo que proporciona
a quem foi prejudicado (a) a sensação de paz. Ao assumir essa responsabilidade,
a pessoa se sente e se torna sujeito de sua própria história, e não mais uma
vítima da situação”.
“Com
a instituição do “Dia Nacional do Perdão”, a ser celebrado anualmente na data
de 30 de agosto, queremos propor uma reflexão da sociedade brasileira a
respeito desse importante tema, além de ressaltar a luta dos diversos
movimentos sociais e familiares por justiça como é o caso da União em Defesa
das Vítimas de Violência. Como exemplo, lembro a memória de meu filho Ives Ota,
sequestrado e assassinado brutalmente aos oito anos. Eu e o meu marido,
Masataka Ota, perdoamos aqueles que causaram esse mal à minha família”.
ii
Vamos espalhar essa boa nova, assimilando o Espírito da Lei em comento, que é nobilíssimo! Talvez seja este o primeiro passo de uma longa caminhada que fará do perdão algo corriqueiro em nossas vidas!
Vamos espalhar essa boa nova, assimilando o Espírito da Lei em comento, que é nobilíssimo! Talvez seja este o primeiro passo de uma longa caminhada que fará do perdão algo corriqueiro em nossas vidas!
Lembrando alguns versos de Cecilia
Meireles, em seu poema ‘Nem tudo é fácil’, no qual ela lança vários
questionamentos. Dentre estes: “É difícil pedir perdão? Mas quem disse que
é fácil ser perdoado? Se alguém errou com você, perdoa-o... É difícil perdoar?
Mas quem disse que é fácil se arrepender?
Questiona e, sabiamente, conclui
de uma forma simples, otimista e
amorosa: “Nem tudo é fácil na vida... Mas, com certeza,
nada é impossível. Precisamos acreditar, ter fé e lutar
para que não apenas sonhemos, mas também tornemos todos esses desejos, realidade!!!”
para que não apenas sonhemos, mas também tornemos todos esses desejos, realidade!!!”
Perdoar
exige grande esforço pessoal. Mas, se tivermos boa vontade, se estivermos
movidos pelo ímpeto de mudanças positivas em nossa vida, o caminho terá mais
flores do que pedras...
Perdoar,
acima de tudo, é uma prova de amor a nós mesmos, que estamos em constante
processo de evolução! “É
compreender que as faltas daqueles que não se afinam conosco poderiam ter sido
nossas e imaginar quão felizes nos sentiríamos se tivéssemos, porventura, os
nossos erros desculpados e esquecidos por aqueles aos quais tenhamos
ofendido."
[iii]
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