“... as pessoas só se definem
no seu relacionamento com as outras. Ninguém é o que pensa que é, muito menos o
que diz que é. Precisamos da complicação para nos definir. Ou seja: ninguém é
nada sozinho, somos o nosso comportamento com o outro. Principalmente com
aquela versão extrema do outro que é o outro de outro sexo”. Luis Fernando Veríssimo – Sexo
na Cabeça, pág. 35.
Nos anos 80, a longevidade beirava os 62 anos.
Hoje, o cidadão brasileiro vive, em média 74,9 anos, conforme apurou o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, através de sua Tábua Completa de Mortalidade, divulgada no final de 2014.
Em Santa Catarina, devido em parte às melhores
ofertas de programas de saúde pública com 78,1 anos em média; o homem vive em
média 78,1 anos e a mulher, 81,4 anos.
O aumento da longevidade pode estar ligado a ações
preventivas que, além de reduzir a exposição ao risco, exigem poucos gastos
como prevenção de doenças, incentivo à adoção de hábitos dietéticos saudáveis,
prática do exercício físico e planejamento familiar. Se aplicadas de forma
continuada, podem gerar inúmeros benefícios, inclusive aos cofres públicos.
Todo mundo vai morrer; isso é certo. Mas não
precisa ser precocemente. E se houver chance de prolongar a vida, seu final não
precisa ser incapacitante.
Nossos
governantes e autoridades da saúde dedicam parte insignificante – menor que o
mínimo razoável – para as políticas básicas de saúde pública. Precisamos
garantir, a essa parcela da população, a sadia qualidade de vida. E a melhor
ferramenta para isso, além da Constituição Federal, é o Estatuto do Idoso.
A satisfação sexual diminui com
o passar dos anos?
Os resultados
da pesquisa "Satisfação Sexual", coordenada pelo presidente da
Sociedade Brasileira de Urologia, Sidney Glina, e patrocinada pelos
Laboratórios Pfizer, após ouvir 2.100 pessoas no Brasil, confirmou que o
envelhecimento do ser humano traz dois aspectos interessantes:
-
a mulher torna-se mais exigente
com a sua relação sexual e mais rigorosa ao avaliar o desempenho de seu
parceiro e
-
o homem, mais inseguro quanto ao
seu próprio desempenho sexual.
Ora, o macho
brasileiro é famoso pela importância dedicada à sua performance no sexo. Diante
da pergunta sobre a melhor fase de sua vida sexual, 60% das pessoas com até 45
anos afirmaram que é a atual. Após essa idade, o percentual reduziu-se à
metade: aos 50 anos, muitos homens estão insatisfeitos com seu desempenho
sexual.
Apenas 23%
das mulheres acima dos 56 anos estão felizes sexualmente; 48% julgam o
desempenho de seus companheiros excelente ou bom.
Qual o motivo da insatisfação
sexual nesta faixa etária?
A
insatisfação feminina está diretamente ligada aos problemas físicos masculinos
como a dificuldade de ereção que ataca 50% dos homens com mais de 40 anos de
idade.
Como se pode
observar, a disfunção
erétil não prejudica somente o representante do sexo masculino (que tem
duplicada a chance de sofrer de depressão): ela traz consequências nefastas à
mulher e ao casal.
O milagre da pílula azul
Desde o
lançamento do Viagra - o primeiro medicamento disponível no mercado para o
tratamento da disfunção erétil – mais de 50 milhões de consumidores do sexo
masculino tiveram garantia de uma vida sexual saudável com a ingestão da
‘miraculosa pílula azul’.
No entanto,
há más notícias no ar! Estudo publicado no Jornal Britânico de Urologia informa
que, no mundo, ao problemas
sexuais afetam 35% dos homens e 43% das mulheres. E que em
2025, cerca de 300 milhões de homens no mundo sofrerão com problemas de ereção.
No Brasil é
grande a ignorância sobre o que seja esta tal de disfunção erétil. Sabe-se que
ataca as comunidades ricas e pobres. E que menos de 10% dos brasileiros
portadores deste mal estão sob tratamento. Preconceito, medo, dificuldade de
comunicação...? Estes seriam os principais obstáculos à busca de cuidados
médicos?
A melhor
notícia deixei para o final. Quem está colaborando com a saúde do homem
neste campo tão delicado e desconhecido? A mulher que, por se apresentar
cada vez mais exigente em relação à postura sexual de seu companheiro,
estimula-o a buscar socorro médico adequado.
* Ana Candida
Echevenguá, OAB/RS 30.723, OAB/SC
17.413-A, advogada e articulista, especializada em
Direito Ambiental e em Direito do Consumidor. Coordenadora do Programa Eco&Ação,
no qual desenvolve um trabalho diretamente ligado às questões socioambientais,
difundindo e defendendo os direitos do cidadão à sadia qualidade de vida e ao
meio ambiente ecologicamente equilibrado. email: anaechevengua@gmail.com
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