Bezerra de Menezes (Espírito)
Meus filhos!
Que Jesus nos abençoe!
A
Vida, sob qualquer aspecto considerado, é dádiva de Deus que ninguém
pode perturbar. Todos os seres sencientes desenvolvem um programa na
escala da evolução demandando a plenitude, a perfeição que lhes é a meta
final.
Preservar
a vida, em todas as suas expressões, é dever inalienável que assume a
consciência humana no próprio desenvolvimento da sua evolução.
Quando
alguém levanta a clava para interromper propositadamente o ciclo da
vida, faz-se um novo Caim, jogando sobre si mesmo a condenação da
consciência de culpa e experimentando, no remorso, hoje ou mais tarde, a
necessidade de depurar-se, reabilitando-se, ao nadar nos rios das
lágrimas.
Por
isso, os espíritas cristãos, compreendendo o alto significado da vida
levantam-se para defendê-la onde que se apresente e, em especial, a vida
humana – estágio avançado do processo de iluminação do Ser, na busca da
consciência plena e cósmica.
Inspirados
pelo Mundo Espiritual Superior, os obreiros do Cristo se erguem hoje
para proclamar, não só os direitos à vida dos que estão em germe e têm o
direito de nascer, como dos que se despedem do corpo e têm o direito a
permanecer, até o último hausto, no organismo em processo prévio de
degeneração, como também do delinqüente revel, que agrediu, ou do
atormentado mental, espiritual e moral que, sem resistência para
enfrentar a luta, opta pela falsa solução do autocídio, mergulhando no
insondável abismo de sombras e dor.
Não
apenas defender esse direito à vida, como também respeitar todas as
vidas, como se apresentem, onde quer que estejam, é tarefa primordial do
Espiritismo, que pode ser considerado uma usina de poderosa força e, se
por acaso , não se realiza a operação transformadora dos seus membros,
influindo no comportamento da sociedade, converte-se em uma potencia,
deixada à margem, que perdeu a finalidade de produzir energia para a
utilidade a que se destina.
Por
isso, o Espiritismo tem como objetivo primeiro a transformação moral do
homem, e se esta não se dá, a mensagem pode ser comparada a lâmpada
abençoada que, lamentavelmente, se encontra com a luz interrompida.
Dessa
transformação moral, intransferível, individual saem os outros
objetivos que vão atender às necessidades coletivas, mudando as
paisagens terrestres e convidando a criatura à construção real do mundo
pleno que em breve defrontaremos.
E
onde estarão as energias necessárias para esse cometimento, senão no
Lar, nessa sociedade miniaturizada onde se caldeiam sentimentos, onde se
lapidam arestas e, muitas vezes, como buril, se retiram a jaça, as
anfractuosidades, limando-se a aspereza para que o brilho da luz
interior possa alcançar a superfície e expandir-se?!
A
família é a base da sociedade, que não pode ficar relegada a plano
secundário. Viver em família com elevação e dignidade é valorização da
Vida, na oportunidade que Deus concede ao Espírito para crescer e
atingir as culminâncias a que esta destinada.
É verdade que muitos obstáculos se levantam, gerando dificuldade para ambos cometimentos.
Quem, por acaso, atravessará as águas de um rio duas vezes nas mesmas águas?
Enfrentar
tais obstáculos é a decisão do cristão renovado, que encontrou em Jesus
a força poderosa, que Ele usou quando quis implantar o Seu reino de
amor e de Justiça na Sua época, guardadas as proporções, semelhante a
esta época.
Se
os Companheiros se revestirem de valor moral para combaterem o erro,
pela sua atitude de coerência espírita-cristã, pela sua conduta
eminentemente evangélica, lentamente, os espaços perdidos serão
recuperados e será erguido na terra o reino de Trabalho, de Fraternidade
e de Amor.
Meus
filhos há muitas sombras, porque o bem se apresenta com timidez,
cedendo espaço ao mal, que alarga os seus domínios pelo atrevimento de
que se reveste.
Por isso mesmo, espírita seja a nossa definição.
Se
necessário for perder as pobres moedas de César, para preservar a
inteireza do conteúdo da Mensagem, confiemo-nos em Deus, o Supremo
Doador, que nunca nos deixou órfãos e jamais nos deixará ao abandono.
O
Espiritismo liberta-nos da ignorância e propicia-nos, pelas lições
liminíferas da caridade, a ação social, na assistência e no serviço de
socorro. Negar a procedência da inspiração, para conivir com os métodos
arbitrários e injustos da política terrestre, é o mesmo que ceder ante
as paixões de César, como árbitro dos destinos, embora sem controle
sobre as vidas, significaria abjurar o nome de Jesus – que é a bandeira
das nossas obras sociais --, para estar de braços dados com o poder
temporal, recebendo-lhe o auxílio e apoiando-lhe as arbitrariedades.
Jesus disse que no mundo somente teríamos aflições.
Não serra lícito, portanto, esperarmos outras respostas, senão a da dificuldade.
Graças
à Lei Soberana, que é a Lei Natural, a Lei de Amor, lutemos junto às
autoridades competentes para falarmos do nosso apostolado e pedirmos
respeito às ações renovadoras da sociedade que vimos desenvolvendo em
nome da caridade.
Não
temamos nunca! Estejamos unidos na defesa da Vida em uma família
espiritual digna, suportando reveses e incompreensões. Ser espírita hoje
é o mesmo que ter sido cristão ontem.
Quantas vezes veremos as nossas melhores palavras adulteradas e voltadas contra nós?
Em
outras oportunidades enfrentaremos o desafio da urdidura da calúnia, da
malversação de valores e das acusações indébitas; em novos ensejos
defrontaremos problemas íntimos, no santuário domestico, ralando-nos o
coração e, mais adiante, sofreremos a insidiosa interferência dos que se
comprazem na preservação deste estado de coisas, atormentados na
erraticidade inferior, ferindo as fibras mais íntimas do nosso
sentimento.
Não terá sido outra a razão que o Mestre nos recomendou o Amor – Amor sempre – e a Oração, meus filhos!
A
Oração é o elixir de longa vida que nos proporciona os recursos para
preservar os valores de edificação, perseverando no trabalho
iluminativo. E o Amor indiscriminado, a todos, mesmo aos inimigos – que
não quer dizer anuência com os seus propósitos --, é impositivo de
emergência para lograrmos a Paz.
Como
é verdade que os Seus discípulos nos faremos conhecidos por muito amar,
não menos verdade é que este amor – que se inicia em nós --, deve
expandir-se até eles, todos eles, os que criam embaraços e dificuldades,
que nos ameaçam e nos provocam lágrimas, em ambos os planos da vida.
Quando aceitamos o ministério do Cristianismo Restaurado, assinamos o propósito de servir com abnegação até o fim.
Temos
logrado êxito; vencemos os primeiros ambates; superamos as dificuldades
maiores antes da decisão. Necessitamos, agora, valorizar a nossa vida –
vós, no carro da matéria, e nós na experiência libertada do corpo --,
para chegarmos à meta final, cantando um hino ao Vencedor que,
aparentemente vencido, foi plantado na cruz, e cuja aparente derrota
estava simbolizada na vitória de encontrar-se como Hífen de Luz entre os
homens propínquos e Deus, no Calvário, onde se uniram todas as forças
do mal para o sacrifício do Cordeiro.
Meus
filhos, estes são os dias chegados. Tende ânimo, preservai a coragem,
sede fiéis, valorizando a vida e vivendo em família ideal, cujos
membros, vinculados ao Reino de Deus, sejam realmente irmãos.
Que o Senhor nos abençoe!
São
essas as palavras dos trabalhadores do Mais Além que por nosso
intermédio fazem-nas chegar às vossas mentes e aos vossos corações.
Com
o carinho paternal de sempre, o servidor humílimo. Bezerra. (Mensagem
psicofônica recebida pelo médium Divaldo Pereira Franco no encerramento
da Reunião do Conselho Federativo Nacional, em 07 de novembro de 1993,
Brasília – DF).
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