"O filme Melancolia é cansativo. Os atores esforçam-se, a trilha sonora é maravilhosa, alguns efeitos visuais são magníficos... mas o resultado final é péssimo. Não recomendo, embora seja cinéfila. Sai do cinema com a sensação de que foi perda de tempo. E com sono!" - Ana Echevenguá.
O cineasta dinamarquês Lars von Trier foi banido do Festival de Cannes em maio, após uma desastrada coletiva na qual disse, entre outras bobagens, “entender” Adolf Hitler. O contexto das declarações não tinha relação nenhuma com seu filme, Melancolia, uma inesperada mistura de drama e ficção científica que saiu do festival com o prêmio de melhor atriz para Kirsten Dunst.
A primeira parte se passa numa única noite: a do casamento de Justine (Kirsten, excelente), realizado no clube de golfe de seu arrogante cunhado, John (Kiefer Sutherland), marido da irmã dela, Claire (Charlotte Gainsbourg). O clima de felicidade artificial, quase histérica, se dilui conforme a noiva mergulha num estado de melancolia paralisante.
“Quando tento caminhar, sinto um fio de lã, cinza e grosso, enrolado às minhas pernas”, ela confidencia à mãe, Gaby (Charlotte Rampling). Na segunda parte, uma abatida Justine volta ao local, onde sua irmã vive ansiosa em razão de Melancolia, um imenso planeta azul que está se aproximando ameaçadoramente da Terra.
Diante da iminência da catástrofe, caberá à deprimida protagonista se revelar sábia e forte para lidar com a situação.
Segundo a lógica de Lars von Trier, o caos nos reduz ao que realmente somos.
E só o fim do mundo coloca as coisas em seus devidos lugares.
MELANCOLIA (Melancholia, Dinamarca/Suécia/França/Alemanha, 2011, drama, 136 min.). De Lars von Trier, com Kirsten Dunst, Charlotte Gainsbourg, Kiefer Sutherland, Alexander Skarsgård, Charlotte Rampling e John Hurt.
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